Longe do que se propala à quatro cantos com insinuações injuriosas, o
paulista se destaca dentro da nação, pela pujança de seu território fruto de
seu aprimorado estilo de organização e dedicação ao trabalho, cuja
peculiaridade e diferenças com os patrícios e pares demais, tem ao longo da
história propiciado atingir o patamar de elevada situação de desenvolvimento.
(bandeira representando o Exército Constitucionalista de 1932 )
A despeito da riqueza produzida e do esforço diuturno de seus habitantes,
cuja origem é dos mais variados cantos do mundo, a qualidade de vida dos que
por lá habitam, especialmente os das regiões metropolitanas da capital, de
Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos e São José do Rio
Preto, tem sido sacrificada em nome de interesses voltados para o
desenvolvimento do país.
O espírito patriótico não se limita ao esforço no sentido economico e tem
se revelado ao longo dos tempos em todos os segmentos das atividades de seus
habitantes, a ponto de terem sido os paulistas os responsáveis pela construção
da ampla territorialidade brasileira, enfrentando adversidades inrentes às
conquistas.
E esse patriotismo e espírito de integração ao país ultrapassa a retórica
academica, estampando sem qualquer discrição, no verso e reverso de seu
pavilhão não só o mapa do Brasil, cujas divisas foram costuradas pelos heróis
de São Paulo, mas também pelos dizeres de seu brasão de armas, que declara
expressamente em latim para que não sobre dúvidas, que pelo Brasil fazemos coisas grandiosas.
Importante lembrar que outros Estados, trazem nos seus símbolos, diferente
de São Paulo, marcas de suas histórias de rebeldia ao Estado Nacional, como se
ve na bandeira gaucha ou na do Estado de Pernambuco. Outros colocam símbolos de
seus próprios heróis, como Minas Gerais ou Espírito Santo. A grande maioria usa
cores que lembram fatos épicos particulares. Porém, São Paulo é o único
integrante da federação que tem no coração de seu símbolo maior o mapa do
próprio país, cuja honra de integra-lo não se limita a retórica institucional.
(bandeira da cidade de São Paulo )
Portanto sem delongas, é chegada hora das autoridades constituidas
paulistas, rebelarem-se de forma firme no sentido e se impedir que alusões
maldosas contra seu povo, sua história e suas tradições sejam frequentes,
valendo-se para tanto, não só de seus veículos de comunicação social,
administrados pela Fundação Padre Anchieta, outrossim, dos Poderes próprios da
República, notadamente o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Assim, interessante lembrar que a bandeira paulista, utiliza elementos
gráficos em seu desenho, sendo um símbolo forte, como forte é o povo paulista.
Júlio Ribeiro, que a criou diz que a bandeira simboliza de modo perfeito a
gênese do povo brasileiro, as tres raças que ele se compõe: branca, preta e
vermelha. As quatro estrelas a rodear o globo, em que se ve o perfil geográfico
do país, representam o Cruzeiro do Sul, a constelação que indica a latitude
astral do país e do próprio Estado de São Paulo
A bandeira do Estado de São Paulo foi
proposta em 16 de julho de 1888, logo após a Abolição da Escravatura, por Júlio
Ribeiro, escritor e jornalista fundador do jornal "O Rebate", que
fazia campanha pela República para ser a bandeira do Brasil. Ela foi descrita
assim:
“ A
bandeira possui treze listras variando entre branco e preto, começando e
terminando na faixa preta, para que fique delimitado o começo e o final da
bandeira, sem que haja nenhuma dúvida. As faixas pretas e brancas representam
os dias e as noites que os bandeirantes lutaram pelo "bem" do estado.
Possui um retângulo vermelho na horizontal, que representa o sangue derramado
pelos bandeirantes, alinhado no topo à esquerda, tendo dentro um círculo de
fundo branco e o mapa do Brasil em azul, sendo o azul a cor da pujança, que os
bandeirantes acreditam ter trazido para o estado de São Paulo, com todos os
dias e noites, e sangue derramado - amarrando a idéia clara de que foi grande a
contribuição bandeirante para o estado. Há também quatro estrelas amarelas na
parte interna dos quatro cantos do retângulo. No verso da bandeira, a única
diferença é que o retângulo fica alinhado no topo à direita, porém o mapa do
Brasil continua idêntico à parte da frente como mostram as figuras do artigo.Por
causa da bandeira, as cores que caracterizam o Estado de São Paulo são o preto,
branco, vermelho, azul e amarelo.”
( bandeira de Cananéia, o primeiro povoado do Brasil, hasteada na residência do Editor )
A bandeira se tornou símbolo dos paulistas na Revolução de 32. Todavia, Getúlio
Vargas, durante o Estado Novo, suspendeu o uso dos símbolos nacionais,
incluindo a bandeira paulista, que só seria oficializada em 27 de novembro de
1946, sob o Decreto-Lei 16.349 da Constituição Federal, que devolve aos Estados
e municípios o direito de cultivar símbolos próprios. Os Revolucionários em
1932 assumiram a bandeira de São Paulo como uma representação da luta deles por
um Brasil melhor, e não por um São Paulo melhor. Tanto que o perfil do país foi
mantido e não substituído pelo do próprio Estado.
Com a edição do Decreto-Lei 16.349 , que dispõe sobre restauração dos
símbolos estaduais, a bandeira é descrita heralticamente, " em campo
burelado de treze peças de sable e de prata, um cantão destro de goles com um
círculo de prata figurado da silhueta geográfica do Brasil, de blau, e
acompanhada de quatro estrelas de ouro acantonadas".
( Bandeira de Itanhaém hasteada na residência do Editor )
Enfim,
símbolo de um povo que se identifica pela liderança, pelo trabalho, pela
organização e solidariedade, a bandeira paulista merece todas as honras e
respeito do povo bandeirante e brasileiro.
Roberto J. Pugliese
cidadaão
cananeense
titular
da cadeira nº35 da Academia São José de Letras