domingo, 14 de fevereiro de 2016

Seitas se espalham pela Amazônia.


Seita Religiosa se espalha pelo interior da Amazônia.

UOL
Flávio Ilha
Em Tabatinga (AM)
12/02/201608h01
Ordem católico-messiânica prolifera entre comunidades indígenas do Alto Solimões
A marca é invariavelmente uma cruz vermelha, com 14 metros de altura, plantada no ponto mais alto da comunidade. As iniciais RDSM (Recordação da Santa Missão) também são obrigatórias, bem como a data de fundação de cada irmandade, gravada em números brancos.
O dízimo é lei: 10% de toda a renda vai para a igreja. Quem não tiver, contribui com bens domésticos --um rádio, um animal de estimação, o que for-- sempre na proporção de 10% de tudo o que houver na casa. Quem ainda assim não tiver o que dar, dá seu próprio trabalho.
Perdida nos cafundós da Amazônia, a Missão da Ordem Cruzada, Católica, Apostólica e Evangélica --ou simplesmente Irmandade da Santa Cruz-- cresce a passos largos entre as comunidades indígenas do Alto Solimões, especialmente nas etnias ticuna e cocama.
A congregação segue o rastro do rio Solimões e se espalha em mais de cem pequenas aldeias entre os 500 quilômetros que separam Tabatinga de Tefé.
Na região de Tabatinga, na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, já existem 49 comunidades ostentando a cruz vermelha no ponto mais alto da vila. No Amazonas, único Estado do Brasil onde a seita tem seguidores, a Santa Cruz está presente em 109 aldeamentos.
Do outro lado da fronteira, nas comunidades indígenas do Peru, a seita já colheu adeptos em 52 comunidades, incluindo a reserva do Javari --uma das mais isoladas da Amazônia.
Na capital, Lima, a primeira igreja foi aberta há dois anos. Nos anos de 1980, até então auge da congregação, a seita estava presente em pouco mais de 40 aldeias.
A expansão acaba de chegar à Argentina: em janeiro, foi estabelecida a primeira missão em Buenos Aires.

Roberto J. Pugliese
Cidadão Cananeense
Autor de Terrenos de Marinhas e seus Acrescidos, Letras Jurídicas, 2009.

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