Seita Religiosa se espalha pelo
interior da Amazônia.
UOL
Flávio Ilha
Em Tabatinga (AM)
12/02/201608h01
Ordem
católico-messiânica prolifera entre comunidades indígenas do Alto Solimões
A marca
é invariavelmente uma cruz vermelha, com 14 metros de altura, plantada no
ponto mais alto da comunidade. As iniciais RDSM (Recordação da Santa
Missão) também são obrigatórias, bem como a data de fundação de cada
irmandade, gravada em números brancos.
O dízimo
é lei: 10% de toda a renda vai para a igreja. Quem não tiver, contribui com
bens domésticos --um rádio, um animal de estimação, o que for-- sempre na
proporção de 10% de tudo o que houver na casa. Quem ainda assim não tiver o
que dar, dá seu próprio trabalho.
Perdida
nos cafundós da Amazônia, a Missão da
Ordem Cruzada, Católica, Apostólica e Evangélica --ou simplesmente
Irmandade da Santa Cruz-- cresce a passos largos entre as comunidades
indígenas do Alto Solimões, especialmente nas etnias ticuna e cocama.
A
congregação segue o rastro do rio Solimões e se espalha em mais de cem
pequenas aldeias entre os 500 quilômetros que separam Tabatinga de Tefé.
Na
região de Tabatinga, na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, já existem
49 comunidades ostentando a cruz
vermelha no ponto mais alto da vila. No Amazonas, único Estado do Brasil
onde a seita tem seguidores, a Santa Cruz está presente em 109 aldeamentos.
Do outro lado da fronteira, nas
comunidades indígenas do Peru, a seita já colheu adeptos em 52 comunidades,
incluindo a reserva do Javari --uma das mais isoladas da Amazônia.
Na capital, Lima, a primeira igreja foi
aberta há dois anos. Nos anos de 1980, até então auge da congregação, a
seita estava presente em pouco mais de 40 aldeias.
A expansão acaba de chegar à Argentina:
em janeiro, foi estabelecida a primeira missão em Buenos Aires.
|
|
Roberto J. Pugliese
Cidadão Cananeense
Autor de Terrenos de Marinhas e
seus Acrescidos, Letras Jurídicas, 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário